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Escola peripatética

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A Escola peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, seu fundador. Fundada em c.336 a.C., quando Aristóteles abriu sua primeira escola filosófica no Liceu em Atenas, durou até o século IV. "Peripatético" (em grego, περιπατητικός), é a palavra grega para 'ambulante' ou 'itinerante'. Peripatéticos (ou 'os que passeiam') eram discípulos de Aristóteles, em razão do hábito do filósofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava preleções, por sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatoi, ou sob as árvores que o cercavam. A escola sempre teve uma orientação empírica - em oposição à Academia platônica, muito mais especulativa. Tal característica se acentua quando Teofrasto assume sua direção. O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi Estratão de Lampsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofia de Aristóteles e adotou uma forma d...

THOREAU

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Henry David Thoreau estudou em Harvard, e depois de sua formatura passou dois anos isolado da civilização, num barraco, às margens do lago Walden, absorto na contemplação da natureza. Retornando à civilização, tornou-se professor no liceu de Concord, onde exerceria até sua morte. Fez muitas viagens, descobrindo a beleza de florestas e paisagens naturais. Entre suas obras destaca-se Walden, or life in the woods, que é a descrição de sua experiência de dois anos solitário, sobrevivendo apenas do trabalho natural, um livro de descrições exatas e mesmo assim poéticas. Thoreau era abolicionista, amava intensamente a natureza, detestava notícias (poluíam a nossa mente, templo de reflexões, com banalidades), era contra o trabalho desvinculado do prazer (degradava o homem), panteísta, místico, solteirão convicto e contra as "boas maneiras". THIS IS A delicious evening, when the whole body is one sense, and imbibes delight through every pore. I go and come with a strange liberty in N...

Gelsomino

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Minhas pernas cansadas nada dirão de Thoreau, nem minhas futuras varizes lamentarão os Peripatéticos, quando chegar o Grande Momento. Ao invés, minhas narinas hão de dormir seu último sono, felizes com as incansáveis sendas percorridas e com as rotas imensas de olores tantos. As inúmeras fragrâncias em mim mesmo impressas em cada poro hão de rever em seu último alento todos os sorrisos de manhãs perfumadas, toda a melancolia de tardes floridas e todas as dores de noites sem buquê. E, se for preciso falar sobre a beleza recorrente de toda uma vida, direi que, sob uma forma ou outra, ao longo de todos os caminhos, de todas as manhãs, de todas as tardes e de todas as noites, encontrei em sua moldura verde o branco perfume do jasmim. Muito provável que ponderem o nenhum sentido disso tudo; então com certeza lembrarei, história de minha mãe, meu dom especial, quando criança, de ver anjos, e levarei uns e outros a compreender a troca mais ou menos madura e positiva que escolhi fazer: os anjo...

Aniversário de minha avó

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Hoje minha avó materna completa 88 anos, e eu a fui visitar em sua casa arborizada, paraíso de minha infância. Robusta e lúcida até há pouco tempo, hoje, porém, já não é mais capaz de me iluminar com suas histórias e lições. Visitá-la, contudo, ainda é fascinante: ficar ali ao seu lado em silêncio, aos pés da laranjeira em flor, uma brisa fresca soprando... Ouvi hoje sob as flores da laranjeira o discurso da ausência. Minha vó, perdida em si mesma e inarticulada, Sussurrou a brisa fresca que acariciava suavemente as folhas Do nosso quintal de mil anos. Suas rugas, ah as suas rugas, tartamudearam as mesmas forças Incertas de todas aquelas árvores e seus galhos retorcidos. Seus olhos, não os encontrei mais, Precipitados que estão definitivamente na seiva de sua alma. Sua alma me tocou como sempre o fez, Desta vez no puro silêncio do seu elemento, E agora que a tarde cai fria e me sinto só, Me sinto só porque sei que já não está lá Naquele corpo-tronco milenar A minha vó.

Ataraxia: impossível?

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"Eu elogio a vida, não a que levo, mas aquela que sei dever ser vivida." Sêneca A graça de sermos, digamos, deuses menores são justamente estas paixões intermináveis, que embaralham tudo, apesar de toda esta organizadinha arquitetura que pretendemos alardear de nós mesmos e do nosso destino... (Paixão: 9. Disposição contrária ou favorável a alguma coisa, e que ultrapassa os limites da lógica; parcialidade marcante; fanatismo, cegueira...)

Will Durant

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Essencialmente, só existem três sistemas de ética, três concepções do caráter ideal e da vida moral. Um é o de Buda e Jesus, que salienta as virtudes femininas, considera todos os homens igualmente preciosos, resiste ao mal apenas retribuindo com o bem, identifica a virtude com o amor e, na política, inclina-se para a democracia ilimitada. Outro é a ética de Maquiavel e Nietzsche, que salienta as virtudes masculinas, aceita a desigualdade dos homens, aprecia os riscos do combate, da conquista e do domínio, identifica a virtude com o poder e exalta uma aristocracia hereditária. Um terceiro, a ética de Sócrates, Platão e Aristóteles, nega a aplicabilidade universal, quer das virtudes femininas, quer das virtudes masculinas; acha que só a mente informada e madura pode julgar, segundo circunstâncias diversas, quando deve imperar o amor e quando deve imperar o poder; identifica a virtude, portanto, com a inteligência; e defende uma mistura variável de aristocracia e democracia do governo.