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Letras

Pensei que a leitura de Benjamin, Auerbach, Bakhtin etc fosse me aproximar das letras... Agora me sinto mais longe, tenho saudades, às vezes, das tardes ensolaradas em que, com fome, eu percorria quilômetros para desfrutar numa biblioteca pública dessas letras que hoje me escapam... Perdi o rumo do meu intelecto, perdi o rumo das belezas profundas, dos livros, do conhecimento... Perdi o rumo do Yôga, da auto-descoberta, perdi o rumo de mim...

viver

Nem escrever Nem viver Nem sentir Se eu encontrasse minha mãe agora, Nossas sombras fariam mais sentido.

SOZINHO

Chove tanto e cada pingo Um grito na noite Estou vivo Ou não? Pela janela talvez minha mãe Com notícias de minha inexistência Chove tanto Ela diz vem E eu sinto o imenso Em cada pingo Ai, tanto vazio Ai, tanta morte E morro só Dissolvido no fundo silencioso. Fico tão bem Fico em paz Já não estou só: simplesmente não existo.
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Sinto-me no limiar de uma coisa nenhuma; tenho a sensação de viver às brumas de uma ingenuidade autodestrutiva...já nem sei de mim...continuo tateando... e am'érica...

CONSELHO AOS PÓSTEROS

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Olha aí, você que um dia vai ler isto aqui, meu filho talvez, saiba que eu tenho sim uma vida de sol e chuva, que percorro, por exemplo, nos dias de hoje, as ruas tristes duma cidade triste (Jandira) carregando o peso de meus sonhos que se acumulam (mas não se perdem). Saiba que muitas vezes me sinto só e desanimado, mas que algumas vezes enxergo o claro do sol e o azul do céu e não perco a esperança de ser feliz (e consigo sê-lo amiúde). Olha aí, filho ou interessado qualquer que sobreviver a mim e ler isto já sob o peso de uma vaga saudade, saiba que a vida para mim não foi excepcionalmente triste, nem admiravelmente mágica, exceto nos momentos em que pensei amar para além desta vida, nos momentos em que me senti capaz de superar qualquer dificuldade em nome desse amar, nos momentos em que, como Dante e todos os grandes, eu percebi que só o amor dá sentido a essas tristes ruas de todas as tristes cidades, sob a chuva ou sob o sol...o amor incondicional, o amor divinamente intrans...

SOLILÓQUIO

Quem lê isto aqui? As pessoas para quem abro meu coração não gostam de vermelho...

A SUBLIMAÇÃO DO QUADRADO AO CÍRCULO

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Um conceito universalmente aceito é o de que os ritos, símbolos, paramentos e orações constituem as muletas das quais o ser humano pode eventualmente necessitar no início da sua evolução. Quando, entretanto, tiver conquistado o amadurecimento interior, torna-se emancipado de todos esses artifícios e do próprio espiritualismo. Essa equação é desenvolvida pelo simbolismo do quadrado, do triângulo e do círculo. O quadrado é a pedra bruta e representa o homem embrutecido, ainda materialista por ignorância, por desconhecimento do universo interior que está por descortinar. O triângulo é a pedra angular e representa o homem que começou sua caminhada através do espiritualismo. O círculo é a pedra filosofal e representa o homem já evoluído, sem arestas, que conquistou o Conhecimento e o Poder. Por isso, não precisa mais das ferramentas, agora para ele obsoletas e até mesmo grosseiras que o espiritualismo proporciona. Tudo isso lhe foi útil numa etapa, mas agora encontra-se muito além. É...