Mala

Viajar é mesmo fundamental.
A mudança de ares, a visão de novas paisagens, a exposição a novos sabores e odores, o contato com costumes diversos, travar conhecimento com novas pessoas --isso tudo enriquece a mente e produz no corpo em geral estímulos saudáveis, como já se sabe.
Não bastasse isso e muito mais, há ainda um outro ponto que me toca particularmente.
Quando viajamos, por mais que amiúde estejamos em fuga de nós mesmos, levamos na bagagem todos os sonhos e fracassos.
Se abrimos essas malas, liberamos as tranqueiras boas e ruins para um novo contexto, e esse passo pode mudar tudo, para o bem, ou para o mal.
O dado é que desafiadoramente os fracassos podem ficar miúdos e se revelar outra coisa, ou mesmo os sonhos podem trazer marcas de pesadelo...
Para mim em particular a mudança de perspectiva sempre trouxe melhoras: prova  de que minha miopia tende ao trágico é que normalmente descubro que confundo horrores com amores,  que confundo pequenos fiascos com perdas existenciais.
Quantas viagens ainda vou ter de fazer, para diminuir significativamente minhas ilusões de ótica, meus excessos emocionais, esta  miopia lamentável?
A perspectiva é mesmo crucial... Espinosa que o diga.


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