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Mostrando postagens de abril 18, 2021

O segredo

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Os pruridos existenciais, até onde me lembro, já me eram bem familiares na infância: deitar numa laje qualquer ou me estender na rua, olhar para o céu e sentir que tanto no peito quanto nas alturas haveria um grande segredo a ser descoberto...  Minha mãe contribuía para isso: dizia que eu via anjos quando era bem pequenino...  Faz muito tempo, portanto, que os velhos questionamentos existenciais e a suspeita do transcendente me atormentam, de um jeito ou de outro, e aquela sensação de estranhamento que nos destaca do cotidiano e nos faz olhar para tudo como se fôssemos de outro planeta ainda me ocorre.  Nunca deixei de me perguntar sobre o que faço aqui, não eventualmente, entre uma alegria e outra, mas de forma exaustiva, obsediante mesmo. Isso de ser gerado, depois posto no mundo para procurar um rumo e um sentido, entre todas essas caixas que chamamos casa, por essas aberturas estreitas ou largas, retas ou sinuosas que chamamos ruas; isso de assumir um papel, seguir um...